Poetas na Cidade" (1969) e o livro colectivo "DESINTEGRACIONISMO" (1965).
No que se refere ao "DESINTEGRACIONISMO", que é, até agora, o último movimento da Poesia Portuguesa -- e quem diz Desintegracionismo diz Espacialismo --, Fernando Grade foi um dos seus criadores, um dos poetas criadores, na companhia de Hugo Beja e Nuno Rebocho, bem como dos já falecidos Armando Ventura Ferreira, Costa Mendes e Júlio-António Salgueiro, e também do ilustrador e pintor Mário Elias (igualmente desaparecido). Por seu turno, os sete elementos referidos são os fundadores do MOVIMENTO DESINTEGRACIONISTA PORTUGUÊS (1964-65), que teve e tem a particularidade -- num país como o nosso, em que "depois de termos ido à Índia, ficámos todos desempregados...", o mesmo é dizer que as ideias e as modas vêm sempre de fora!..., que nós apenas seguimos e copiamos o que vem da estranja!... --, os poetas do Movimento Desintegracionista Português e do Desintegracionismo assumem-se como pioneiros, inventores e fundadores em todo o Mundo da ideia espacialista -- explorada, desenvolvida e transposta em termos estéticos e dialécticos.
Os Desintegracionistas portugueses tiveram a particularidade de, pela primeira vez na nossa Literatura, criarem um movimento de raiz, serem efectivamente originais, incentivarem-se a si mesmos, em suma, foram os construtores de uma ideia ( o espacialismo... o desintegracionismo...), lutaram para que, sem rebuço, e usando as palavras já longínquas de Fernando Grade, "Portugal deixe de ser um quarto alugado á Espanha, com janelas para o mar...". Concatenando: o Desintegracionismo é o pioneiro e o fundador da estética poética espacial, abriu novos caminhos, e os Desintegracionistas adiantaram-se, portanto, a todos os movimentos afins, aparecidos e pensados no estrangeiro. Os Desintegracionistas foram, de facto, originais. E daí podemos dizer naturalmente, legitimamente, que fomos seguidos (ou copiados pelos outros?). E fomos -- como não podia deixar de ser, entre nós!!! -- pasto de birras..., algumas dores de cotovelo..., as tais lusíadas e sempre muito históricas e caricatas invejas...
Fernando Grade foi distinguido, em 1994, com o prémio de âmbito nacional A MEMÓRIA VIVIDA DO 25 DE ABRIL -- Crónica -- Associação 25 de Abril/Montepio Geral. Este texto ou narrativa -- "A MINHA QUINTA-FEIRA 25 DE ABRIL" -- está publicado pela Universitária Editora, Lda. (2.ª edição, 1998). Foi ainda em 1994 que, no salão nobre do Montepio, em Lisboa, Fernando Grade recebeu esse prémio no valor de 300 mil escudos.
Ganhou, igualmente, o PRÉMIO HERNÂNI CIDADE (Crónica -- Câmara Municipal do Redondo, 1997).
Como artista plástico -- desenhador, pintor, colagista, escultor e ilustrador -- expõe desde 1965. Participou em 382 exposições colectivas e realizou 16 mostras individuais. Foi três vezes premiado, em Desenho, com primeiras medalhas de prata, nos Salões da Junta de Turismo da Costa do Sol, e obteve, conjuntamente com Carlos Calvet, o PRÉMIO DE AQUISIÇÃO do VI Salão de Arte Moderna de Luanda.
Foi crítico de arte do "Jornal de Letras e Artes", " Século Ilustrado" e "Diário de Notícias". Sublinhe-se que, neste último jornal, Fernando Grade exerceu essas funções com a anuência de José Saramago, então director adjunto do "D.N.".
Na revista hebdomadária "VIDA MUNDIAL", foi crítico de espectáculos (teatro, cinema e ... televisão) e classificador dos mesmos ("duas bolinhas"..., "quatro bolinhas"..., "três bolinhas"...).
Assinou balanços anuais de artes plásticas para o jornal "O Século", onde também foi cronista, com secção individualizada. Ainda com secção individualizada -- "GENTE NA PAISAGEM" --, foi cronista do jornal "A Capital", onde publicava especialmente textos de relatos de viagens e permanências nos continentes europeu e africano. Na sua qualidade de cronista, é fundamental destacar a actividade de Grade como colaborador efectivo do jornal "A Bola" (1974-1975) e do jornal "Record" (1984-1988), nos quais foi responsável pela secção "EM PROSA E EM VERSO" e pela feitura de reportagens de fôlego -- a chamada grande reportagem -- e de longas entrevistas (isto, n' "A Bola"), e das secções "O CARDEAL DIÁBO" e "UMA FACA NO GELO", no jornal "Record", onde também assinou reportagens estético-sensitivas, bem como editoriais. Ainda foi cronista efectivo, com secção individualizada, do semanário "O Mirante", da Chamusca e Santarém, e que é o maior jornal regional português.