Cipriano Oquiniame, artista plástico guineense, nascido em Cachéu, 1976 (Guiné Bissau).
Inicia a sua formação em Tecnologias de Arte e Ofícios, na Escola Filipa de Vilhena do Porto, aprende várias técnicas como Pintura, Madeiras, Modelagem e Tecelagem.
Marcado pela sua paixão no campo das Artes Visuais, eleva a sua formação à Licenciatura no Curso de Professores de Educação Visual e Tecnológica – Instituto Politécnico de Viana do Castelo.
Curiosamente a sua primeira exposição teve lugar na Expo 98, Pavilhão da Guiné-Bissau, posteriormente para além de exposições individuas participa diversas exposições coletivas.
Em 2000 integra o Projecto Artafrica, a convite dos Serviços de Belas Artes da Fundação Callouste Gulbenkien.
Conta já com uma vasta obra, sendo que alguns dos trabalhos se encontram na posse de colecionadores quer nacionais quer internacionais.
Ao debruçamo-nos sob a sua obra pictórica, no mesmo instante somos arrebatados com uma linguagem poética e detalhes que nos ultrapassam, todas as linhas e manchas de cor comunicam com o espectador. O olhar deste artista está muito para além do visível, do claro, é importante compreender que a sua comunicação é complexa e cheia de reentrâncias, exigente na atenção e veloz na narrativa.
Com uma forte relação e de coração africano, é comum ver nos seus trabalhos um espelho desta ligação telúrica, figuras que marcam o imaginário e quotidiano popular, uma intrínseca ligação com a Natureza, e principalmente uma atitude reveladora dos princípios de uma cultura tão própria e poderosa! Revela-se desta forma detentor de uma inquebrável consciência e responsabilidade artística e social.
Assiste-lhe também uma das maiores virtudes de um criador genial e exímio: a paixão pela vida, pela plenitude e pela criação, uma busca espontânea e curiosa do que é diferente, novo, irregular, irrequieto, oposto e sempre munido da sua lupa perfeccionista.
Olhando para outras obras deste artista encontramos a permeabilidade e atenção que lhe desperta cada lugar, cada tradição e cada sensibilidade.
O que há de mais sagrado na sua criação é a sua atitude universal.