Músico e compositor angolano nascido em 1954, na província de São Salvador do Congo (Angola).
A sua carreira musical começou aos 7 anos, quando o pai descobriu o filho, com um acordeão, a tocar músicas que ouvia na rádio. Começou, então, a ter aulas de piano e de formação musical e cedo descobriu que aprendia tudo com uma facilidade enorme, não através da leitura das notas, mas por ouvido, o que confirmou o seu talento natural para a música. Não sabendo ler música, Waldemar Bastos é um autodidata, que toca de ouvido, tanto nas suas atuações, como nas suas produções discográficas.
Depois da sua primeira banda de música, Jovial , que atuou em toda a região de Kabinda, Waldemar Bastos formou outros grupos que, por todo o país, tocaram em bailes e em concertos gratuitos, como o de 1990, em Luanda, ao qual assistiram 200 000 pessoas.
Após a independência de Angola, em 1975, dada a crise política e financeira do país e dada a violência, que levou à morte de alguns artistas ativistas contra o Estado e a política, Waldemar Bastos decidiu viajar pelos países do bloco soviético, como pela Polónia, Checoslováquia, Cuba e União Soviética.
Nos anos 80, foi viver para o Brasil e, com a ajuda de Chico Buarque (que conhecera, alguns anos antes, durante o projeto Kalunga), gravou o seu primeiro disco Estamos Juntos (1986) que, para além da participação de Chico Buarque, incluiu também a colaboração de Martinho da Vila, João do Vale e da Orquestra Sinfónica do Brasil.
Depois de ter estado em Paris, Waldemar Bastos vive em Lisboa, em Portugal, onde gravou os discos Angola Minha Namorada (1990) e Pitanga Madura (1992), cujo tema com o mesmo título tornou-se num grande êxito. Gravou, em Nova Iorque, Pretaluz (1998) e, em 2002, lançou o disco 20 Anos de Carreira . Realizou vários concertos, atuando em França, Alemanha, Cabo Verde, Portugal, entre outros.
A sua carreira teve um grande impulso, quando David Byrne, ex- Talking Heads , propôs ao músico angolano a sua participação na recompilação de Afropea 3 : Telling Stories to the Sea , que teve também a colaboração de outros artistas pertencentes ao movimento afro-português, como Cesária Évora e Bonga.
Apesar de ter crescido sob o clima de guerra e de opressão política, a sua música transmite imagens positivas, que convocam um sentido de unidade entre o povo e que apelam à esperança e à necessidade de valorizar a vida e a beleza no mundo.
É membro honorário do CEMD.